UNAIDS elogia apelo do Papa Francisco por um mundo sem discriminação
Da esquerda para a direita, Papa Francisco; chefe do UNAIDS, Michel Sidibé; e Lorena Castillo de Varela, primeira-dama do Panamá e embaixadora especial do UNAIDS na América Latina. Foto: UNAIDS
No Panamá, o chefe do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Michel Sidibé, acompanhou a visita do Papa Francisco à Fundação e Lar do Bom Samaritano, que abriga 16 pessoas vivendo com HIV. Durante o encontro com moradores do centro de apoio, o pontífice encorajou as pessoas a não discriminar os seus vizinhos. Apelo foi celebrado pela agência da ONU.
“O bom samaritano, seja na parábola ou em todas as suas casas, mostra-nos que o nosso vizinho é, antes de tudo, uma pessoa, alguém com um rosto real e particular, não algo a evitar ou ignorar, seja qual for a sua situação”, disse o chefe da Santa Sé, que esteve no Panamá entre 23 e 27 de janeiro, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. A ida à fundação aconteceu no último dia de sua viagem.
Francisco disse ainda que o trabalho da instituição de acolhimento confirma a crença religiosa das pessoas, “ungindo feridas, renovando a esperança e estimulando a fé".
Há 15 anos, a Fundação e Lar do Bom Samaritano oferece assistência e tratamento abrangentes para ajudar as pessoas que vivem com HIV a recuperar a sua saúde e dignidade. O centro também apoia os beneficiários a se reconectar com suas comunidades e famílias. O organismo oferece educação sobre a prevenção do vírus para milhares de pessoas, incluindo estudantes e outros jovens que podem estar em risco de infecção pelo HIV.
Sidibé elogiou as atividades da instituição, que "abraça todas as pessoas, independentemente de sua saúde ou estado sorológico para o HIV”.
"Organizações de fé como essa têm uma capacidade incrível de tocar as vidas das pessoas que são mais difíceis de alcançar e remover as barreiras do estigma e da discriminação. As comunidades religiosas que falam sobre o HIV podem nos aproximar do fim da epidemia de AIDS”, acrescentou o dirigente.
O UNAIDS trabalha em estreita colaboração com a Igreja Católica e a Santa Sé para alcançar objetivos comuns, como a eliminação das novas infecções por HIV entre crianças e o aumento do acesso a testes e tratamento pediátricos. O programa da ONU considera que a zero discriminação é fundamental para cumprir essas metas.
Globalmente, ainda existem lacunas significativas na prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV entre crianças. Em 2017, houve 180 mil novas infecções pelo vírus entre meninos e meninas no mundo. Apenas metade (52%) de todas as crianças expostas ao HIV receberam testes de diagnóstico precoce nos primeiros dois meses de vida. Somente 52% das crianças soropositivas tiveram acesso a tratamento em 2017.
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