Membro do Parlamento britânico revela estado sorológico para HIV e pede fim do estigma
Lloyd Russell-Moyle, membro do Parlamento britânico. Foto: UNAIDS
Em entrevista por telefone ao Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), ele especificou que “de maneira alguma deveríamos glorificar o HIV, mas é possível viver e administrá-lo”. E viver com HIV não deveria atrapalhar ninguém de forma alguma, afirmou.
Se pretendo ser um líder, preciso ser sincero, disse Lloyd Russell-Moyle, membro do Parlamento britânico, refletindo sobre sua ousada decisão de revelar seu estado sorológico para o HIV na Câmara dos Comuns do Reino Unido no fim de novembro de 2018, dias antes do Dia Mundial contra a AIDS.
Ele explicou que durante anos homenageou pessoas por seus excelentes trabalhos relacionados ao HIV e, no entanto, nunca havia sido honesto sobre o fato de que ele mesmo vive com o vírus.
“Quando as pessoas deixam de falar sobre isso, é mais difícil para todos. Como membro do Parlamento, meu trabalho envolve falar, ser um defensor e ajudar as pessoas em sua jornada”, disse Russell-Moyle.
Em seu discurso na Câmara dos Comuns, ele descreveu a sensação de medo que teve quando soube que estava vivendo com HIV, há quase dez anos. Na sua opinião, há um estigma interno que o impediu de falar sobre seu estado sorológico, e o medo da rejeição das pessoas quando soubessem que ele estava vivendo com HIV.
“Todo esse estigma transforma uma condição tratável em uma doença com risco de vida devido ao impacto na saúde mental do indivíduo e no acesso aos medicamentos”, disse ele em seu discurso emocionado em 28 de novembro de 2018.
Em entrevista por telefone ao Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), ele especificou que “de maneira alguma deveríamos glorificar o HIV, mas é possível viver e administrá-lo”. E viver com HIV não deveria atrapalhar ninguém de forma alguma, afirmou.
Russell-Moyle deseja que as pessoas entendam melhor o HIV. “Quero chegar ao estágio em que eu não precise explicar que, se você tomar um comprimido por dia, você fica com a carga viral indetectável e, se você ficar indetectável, você não pode transmitir o vírus para ninguém”, disse.
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