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Dia dos Pais: Anderson Correa realizou o sonho de ser pai ao descobrir que estar indetectável para o


Anderson Professor de dança, ele nasceu com HIV e perdeu seus pais quando ainda era criança.

Nas últimas décadas a ciência tem demonstrado que o tratamento antirretroviral é altamente eficaz na redução da transmissão do HIV. Já está comprovado, por exemplo, que quando uma pessoa vivendo com HIV tem a carga viral indetectável, o vírus deixa de ser transmitido em relações sexuais. Seguro desta evidência, o jovem Anderson Correa, de 28 anos, decidiu realizar um dos seus maiores sonhos: ser pai. A história dele integra uma série de reportagens que a Agência Aids preparou em homenagem ao Dia dos Pais, comemorado no próximo domingo, 11 de agosto. Leia a seguir:


Professor de dança, ele nasceu com HIV e perdeu seus pais quando ainda era criança. Morou em Casa de Apoio e desde muito cedo luta contra a aids. Já venceu pneumonias, tuberculose e enfrentou muito preconceito por ser quem sempre foi: um jovem cheio de sonhos, que vê na arte, na dança e principalmente no Hip Hop uma possibilidade de transformar o mundo.


O momento mais esperado


Anderson soube que seria pai em março de 2018, dias antes de seu aniversário. Na época, já morava com sua mulher Gleice. O casal vive em um relacionamento sorodiferente – quando um tem HIV e o outro não.


Os dois sempre se cuidaram, decidiram abrir mão do preservativo após ficar provado que ele estava com a carga viral indetectável. “A Gleice nunca teve preconceito, desde sempre soube que eu queria ser pai, planejamos juntos. Ela me acompanhou a inúmeras consultas e quando descobri que ela estava grávida foi só comemoração.”


O Bryan chegou ao mundo no dia 30 de dezembro de 2017, dois dias antes da virada do ano. “Foi o melhor presente que a vida me deu. Ele nasceu sem HIV, saudável. Estou curtindo demais esse momento.”


Hoje, o jovem divide a vida entre dar aulas de dança em Casas de Cultura, em São Paulo, fazer palestras sobre prevenção e cuidar do Bryan. “O segredo é nunca viver o vírus. Decidi viver a vida, tomar os medicamentos certinho, cuidar da saúde e ter a minha própria família, já quero ter até outros filhos. Faço questão de dividir todas as tarefas com a mãe, estamos aprendendo juntos e fortalecendo a nossa relação.”


Sobre os primeiros meses de Bryan, Anderson até fica emocionado ao falar. “O meu filho terá o que eu não tive: um pai presente. É um amor sem explicação. Já somos tão ligados que gostamos do mesmo estilo de música. Ele sorri o tempo todo e isso não tem preço.”


Para ele, ser pai é a melhor coisa que aconteceu em sua vida. “Não consigo descrever. O Bryan me dá forças para acordar e lutar todos os dias pela vida.”


A trajetória


Nem sempre Anderson teve uma vida tão regrada. Sua família descobriu que ele tinha HIV aos oito anos, na época ele morava com a avó materna. “Fui internado várias vezes, fiquei mais de seis meses no Instituto Emílio Ribas. Ao final de uma dessas internações, fui encaminhado direto para Casa de Apoio. Não gostei nada da situação, queria ficar perto da minha família.”


Já morando no novo lar, Anderson conta que entendeu a importância de estar naquele local. “Foi lá que me dei conta que eu tinha um problema de saúde e que precisava de cuidados. Nasci em uma família pobre, nem sempre tinha comida em casa, às vezes nem o remédio eu tomava.”


Hoje, sou muito grato por tudo que vivi na Casa de Apoio e por todas as pessoas que acreditaram em mim. Foi neste espaço que tive os primeiros contatos com o Hip Hop. Não seria exagero nenhum eu dizer que a música me salvou.”


Não demorou muito e ele voltou a ter uma saúde de ferro, cresceu, estudou em boas escolas, se fortaleceu e foi adotado aos 16 anos.


“Eu já era bem amigo da minha família adotiva, o filho do casal era meu brother. Fiquei com eles dois anos. Foi incrível. Depois, ao reencontrar meus tios e primos, decidi voltar a morar com o meu povo de origem. Era um sonho.”


Poder Jovem


Anderson também é grato por ter até hoje a possibilidade de compartilhar sua vida e inquietações com outros jovens, que como ele, nasceram com HIV. “Quando eu era adolescente conheci, no Emílio Ribas, a Fundação Poder Jovem. Junto com outros adolescentes pude me fortalecer neste grupo e ajudar outras pessoas que tinham dificuldades em lidar com o diagnóstico. Hoje, dedico boa parte da minha vida para espalhar informações sobre prevenção. Ninguém precisa passar pelo que passei. Não é fácil tomar remédios todos os dias, há várias formas de prevenção, inclusive usar preservativos.”


Neste Dia dos Pais a programação é simples: estar com o Bryan. Para as pessoas que vivem com HIV e desejam ter filhos, Anderson recomenda: “acredite em você e no tratamento, é possível ter filhos livres do HIV.”








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